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Danielle Davegna
35 anos, carioca e mãe do João Victor (11 anos e autista)
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Síndrome de Asperger - um dos espectros

Por ainda não apresentar uma causa específica definida, é chamado de Síndrome (conjunto de sintomas) e foi primeiro classificado em 1943 por Leo Karner. Hans Asperger pesquisou e em 1944 classificou a Síndrome de Asperger, um dos espectros mais conhecidos do Autismo, grosso modo, um autismo brando. Ao conjunto de determinadas variações, chamamos de Espectro do Autismo, pois se somam as características autísticas, outras específicas de cada grupo de outros sintomas.

A Síndrome de Asperger compreende outro transtorno invasivo do desenvolvimento, entretanto diferentemente do autismo infantil, a criança com Síndrome de Asperger apresenta desenvolvimento cognitivo e intelectual normal e não apresenta atraso no desenvolvimento da fala.

O desenvolvimento da criança parece normal, mas no decorrer dos anos seu discurso torna-se diferente, monótono, peculiar e há com freqüência a presença de preocupações obsessivas. Sua capacidade de interagir com outras crianças torna-se difícil, é pouco empática, apresenta comportamento excêntrico, suas vestimentas podem se apresentar estranhamente alinhadas e a grande dificuldade de socialização tende a torná-la solitária. Há prejuízo na coordenação motora e na percepção visoespacial.

Freqüentemente apresenta interesses peculiares e pode passar horas assistindo ao canal da previsão do tempo na televisão ou estudando exaustivamente sobre temas ou assuntos preferidos como dinossauros, carros, aviões ou mapas de ruas, por exemplo.

Algumas coisas são aprendidas na idade "própria", outras cedo demais, enquanto outra só será entendida muito mais tarde ou somente quando ensinadas.

Alguns pesquisadores acreditam que Síndrome de Asperger seja a mesma coisa que autismo de alto funcionamento, isto é, com inteligência preservada. Outros acreditam que no autismo de alto funcionamento há atraso na aquisição da fala e na Síndrome de Asperger não.

Enfim, muitas pessoas afirmam que a importância da diferenciação entre Síndrome de Asperger e Autismo de Alto Funcionamento seja mais de cunho jurídico do que propriamente para escolhas relacionadas ao tratamento. Por um lado, para algumas pessoas dizerem que alguém é portador de Síndrome de Asperger parece mais leve e menos grave do que ser portador de autismo, mesmo que de alto funcionamento. Por outro lado, a maioria das instituições de autismo no mundo alega que esta divisão em duas patologias diferentes enfraquece um movimento que necessita de tanto apoio, como o dos que trabalham pelo autismo.

A Tríade Autista

  • DESVIOS DA COMUNICAÇÃO:

Dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal (gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal.)

Portanto, dentro da variação na severidade do autismo, poderemos encontrar uma criança sem linguagem verbal e com dificuldades na comunicação por qualquer outra via - isto inclui ausência de uso de gestos ou um uso muito precário dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial incompreensível. Como podemos, encontrar crianças que apresentam linguagem verbal, porém esta é repetitiva e não comunicativa.

Muitas das crianças que apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi dito. ( Conhecido com ecolalia imediata) Outras crianças repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes (ecolalia tardia).

É comum que crianças com autismo e inteligência normal repitam frases ouvidas anteriormente e de forma perfeitamente adequada ao contexto, embora, geralmente nestes casos, o tom de voz soe estrando e pedante. Exemplos de comportamento:

  • não sabe pedir o que quer;
  • não aponta;
  • tem sempre a mesma expressão facial;
  • usa a mão da outra pessoas como um instrumento;
  • empurra a outra pessoa e olha o que quer;
  • não sabe como abordar uma outra criança;
  • grita muito;
  • chora sem razão aparente;
  • não atende quando é chamada;
  • não entende o que você diz;
  • parece não escutar;
  • não sabe fazer perguntas;
  • não responde;
  • não compreende o “não”;
  • quando faz perguntas , não entende a resposta e repete a pergunta muitas vezes;
  • não entende quando você briga com ela , não entende as palavras, nem os gestos , nem a expressão do seu rosto;
  • tem “crises de birra”;
  • começa um assunto pelo meio;
  • só fala sobre o assunto que interessa a ela.


  • DESVIOS DA SOCIABILIZAÇÃO:

Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, (a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas).

Muitas vezes a criança que tem autismo aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo ou mesmo beijando-as quando na verdade ela adota esta postura...

..sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou compartilhamento.

A dificuldade de sociabilização, que faz com que a pessoa que tem autismo tenha uma pobre consciência da outra pessoa, é responsável, em muitos casos, pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, que é uns dos pré-requisitos cruciais para o aprendizado, e também pela dificuldade de se colocar no lugar de outro e de compreender os fatos a partir da perspectiva do outro

Pesquisas mostraram que mesmo nos primeiros dias de vida um bebê típico prefere olhar para rostos do que para objetos. Através das informações obtidas pela observação do rosto dos pais, o bebê aprende e encontra motivação para aprender. Já o bebê com autismo dirige sua atenção indistintamente para pessoas e para objetos, e sua falha em perceber pessoas faz com que perca oportunidades de aprendizado, refletindo em um atraso do desenvolvimento. Exemplos de comportamento:

  • não dá tchau;
  • não olha nos olhos;
  • não olha o que você olha;
  • “avança” para os objetos ( ou comida ) das outras pessoas;
  • abraça e beija pessoas estranhas;
  • não atende quando é chamada;
  • busca interesses só dela;
  • não brinca com outra criança;
  • só fala quando é de seu interesse;
  • só fala sobre os assuntos que prefere;
  • repete este assunto sem parar;
  • não pergunta sobre a outra pessoa;
  • sua fala tem uma entonação diferente , monótona;
  • não sabe o que deve fazer numa situação nova , tem “crises nervosas”;
  • não sabe o que você pensa;
  • não percebe se você está triste, zangado ou feliz;
  • não demonstra as emoções como as outras pessoas;
  • não percebe ironia na voz ou no rosto das pessoas.


  • DESVIOS DA IMAGINAÇÃO:

Se caracteriza por rigidez e inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento... linguagem e comportamento da pessoa.

Isto pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos.

Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança que tem autismo pode passar horas a fio explorando a textura de um brinquedo. Em crianças que têm autismo e têm inteligência preservada, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos. Exemplos de comportamento:

  • não sabe para que servem os brinquedos , quebra ou atira longe;

  • prefere objetos que girem, tenham luzes ou façam barulho;
  • fixa-se em detalhes dos objetos ou brinquedos;
  • não brinca com as outras crianças;
  • prefere brincadeiras que envolvam o próprio corpo : cócegas , esconder, “pegar”;
  • prefere fazer sempre as mesmas coisas , da mesma forma , ir pelo mesmo caminho , sentar no mesmo lugar .

Observação: A criança não precisa apresentar todas as dificuldades citadas acima para ser autista. Foram citados alguns exemplos das dificuldades encontradas. O grau da dificuldade também varia muito.

Autismo no Discovery Home & Health

Como muitos casais, John e Robin Kirton realizaram o sonho de constituir uma grande família com a chegada de seus seis filhos. Mas o que eles não esperavam era que cada uma das crianças seria diagnosticada com autismo. No domingo, 28 de junho, às 23h, o Discovery Home & Health mostrará a história e o drama dessa família no especial AUTISMO x 6.

Moradores de Salt Lake City, numa casa de 100 m2 com somente um banheiro, John e Robin sabem que suas crianças precisam de constante supervisão e isso torna impossível para ambos ter trabalhos que comprometam muitas horas do dia. Conseqüentemente a renda da família fica abaixo do esperado.

O autismo, considerado uma desordem com amplo espectro, se manifesta de maneira diferente em cada pessoa, e com as crianças Kirton também é assim. Mary, de três anos, padece da forma mais leve, conhecida como PDD-NOS; Ammon, de quatro, tem autismo do tipo mais severo; Sara, de seis, tem autismo clássico; Nephi, de nove, Emma, de 10, e Bobby de 14, apresentam a Síndrome de Asperger.Com uma hora de duração, AUTISMO x 6 mostra a história de uma família que não se entrega e faz de tudo por não perder o senso do humor.

Dez fatos sobre o autismo

  • Autismo se apresenta como um espectro.

A pessoa portadora de autismo poderá tê-lo em grau mais leve ou mais acentuado. Assim é possível ser um orador ser brilhante em outras atividades, como também pode ter limitação intelectual e ser pouco falante. Um mal que abrange tão larga margem de sintomas é chamado de “espectro autista”. O mais significativo sintoma é a dificuldade de comunicação social

  • O autismo é um diagnóstico para a vida toda.

Muitas vezes, mas não sempre, o tratamento precoce do autismo faz com que os seus sintomas diminuam consideravelmente. Portadores de autismo são capazes de aprender habilidades que os ajudam a suplantar suas dificuldades. Mas, uma pessoa com autismo, provavelmente será autista por toda a vida.

  • Há muitas teorias sobre as causas do autismo, mas não há consenso a respeito.

Você poderá ter visto ou ouvido notícias sobre possíveis causas do autismo. As teorias vão desde o mercúrio existente nas vacinas das crianças à causas genéticas, a idade dos pais e muito mais. Atualmente, a maioria dos pesquisadores pensa que o autismo é causado por uma combinação de fatores genéticos e fatores ligados ao meio ambiente e é possível que os sintomas que afetam diferente pessoa tenham causas distintas.

  • Portadores de autismo são diferentes entre si.

Se você assistiu “Rain Man” ou algum programa de TV sobre autismo, pensará que sabe como é o autismo. Na realidade, quando você conhece um autista, você conhece UMA pessoa com autismo. Alguns são faladores, outros calados, muitos sofrem com problemas gastrointestinais, dificuldades para dormir etc.

  • Há vários tratamentos para o autismo, mas não há cura.

Até onde alcança a ciência médica, não há, no presente, cura para o autismo. Mas, não se diga que não há melhoras, pois muitos autistas melhoram muito. De qualquer modo, mesmo com melhoras significativas, continuam a ser autistas, o que significa pensar e compreender de forma diferente de outras pessoas. Crianças com autismo podem receber diversos tipos de tratamentos, que poderão ser médicos, comportamental, de desenvolvimento e até baseado nas artes. Dependerá da criança qual o tratamento que lhe trará mais sucesso.

  • Autistas têm habilidades e pontos fortes.

Pode parecer que o autismo seja um diagnóstico totalmente negativo, mas quase todos os autistas têm muito a oferecer ao mundo. Pessoas com autismo estão entre as mais sinceras, imparciais e apaixonadas que você encontrará. São candidatos ideais para muitas carreiras profissionais.

  • Não há a “melhor escola” para uma criança com autismo.

Você pode ter ouvido falar de uma “escola maravilhosa” para autistas ou poderá ter lido o excelente desempenho de uma criança numa determinada sala de aula. Enquanto uma sala pode ser perfeita pra uma determinada criança, cada portador de autismo tem suas necessidades próprias. Incluir uma criança numa turma regular poderá não ser a melhor solução; as decisões sobre a educação de um autista são geralmente feitas em reuniões dos pais, professores e terapeutas que conheçam muito bem a criança.

  • Síndrome de Asperger é uma forma de autismo.

A síndrome de Asperger é considerada uma parte do autismo. A única diferença significativa é que as pessoas portadoras da síndrome de Asperger desenvolvem a capacidade da fala no devido tempo e aquelas portadoras de autismo demoram mais para falar. Pessoas com Asperger são, geralmente, capazes e bem falantes, mas têm dificuldade no contato social.

  • Família com pessoa autista precisa de ajuda e apoio.

Mesmo o autismo “leve” é um desafio para os pais. O “grave” pode ser difícil de suportar. As famílias poderão sofrer uma tensão muito forte e necessitarão do apoio de todos. Uma grande ajuda é cuidar do autista enquanto aqueles que o fazem permanentemente possam relaxar um pouco.

  • Há muitos mitos sobre o autismo.

A imprensa está cheia de histórias sobre o autismo e muitas não são verdadeiras. Por exemplo, você poderá ter lido que os autistas são “frios” e sem sentimentos ou que nunca se casam ou trabalham produtivamente. Cada autista é diferente do outro, logo não se pode estabelecer “regras” para todos.

Para compreender um autista, é aconselhável que se passe algum tempo junto a ele, ou ela, para realmente conhecê-lo.


Top 10 Facts About Autism

By Lisa Jo Rudy, About.com

Created: June 21, 2007

Tradução livre: Associação Mão Amiga